Alberta Kartonera

Editoras Cartoneras

Surgido na Argentina após a crise econômica do início dos anos 2000, o movimento editorial Cartonerista deriva seu nome dos cartoneros, pessoas que reciclam papelão para viver. O Cartonerismo logo se espalhou pela América Latina, focando em edições artesanais com capas feitas de papelão reaproveitado. O crítico literário John Beverley vê seu desenvolvimento como uma “prática militante” e uma “nova forma coletiva de ‘fazer’ literatura.”

Os livros Cartoneros são geralmente produzidos em oficinas, onde os participantes criam as capas e os encadernam. Como as capas são feitas à mão individualmente, não existe uma capa idêntica à outra.

As editoras Cartoneras não visam o lucro e apresentam uma mentalidade ecológica e de comércio justo. Elas compram papelão de catadores urbanos, que também podem estar envolvidos na confecção dos livros. Os livros são vendidos a preços baixos na rua ou em feiras, raramente em livrarias. Como as editoras Cartoneras existem independentemente de qualquer conglomerado editorial, sua distribuição além de nichos de mercado é muito restrita.

Além da produção coletiva e preços acessíveis, as editoras Cartoneras praticam a inclusão social dando voz a autores e artistas marginalizados que estão fora dos meios de comunicação convencionais. Algumas editoras realizam projetos de escrita em penitenciárias e centros de reabilitação.